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Fim de férias: guisado de carne com frutas secas e maçã! (“Tzimes”)


O final das férias escolares está se aproximando e, com ele também a modificação de alguns hábitos adquiridos durante este período de quebra na rotina, como dormir e acordar mais tarde, o que, por tabela acaba afetando e modificando uma série de outras coisas na vida das famílias.

Existem pais ansiosos pelo final desta balbúrdia, como também tem os que tomaram gosto por esta vida com horários menos rígidos e a casa cheia de movimento e, por tabela, de alegria, no tradicional alvoroço que as crianças e os jovens dominam tão bem.

Muitos viajaram, mas a grande maioria ficou mesmo é em casa. Com esta crise sem fim, acaba sendo uma coisa bastante sensata e aceitaram o convite da coluna para passear pela cultura de outros países através de sua riqueza gastronômica.

Assim como as férias escolares que estão fechando o seu ciclo, a coluna também encerra este período de viagem sem sair de casa com uma receita deliciosa da rica e familiar culinária de Israel.

Apesar de o Estado de Israel só ter sido criado em 1948, há exatos 69 anos a gastronomia judaica tem raízes muito profundas, com registros culinários na Bíblia através da requintada comida do rei Salomão.


Como este povo pequeno em número, mas gigante em sua cultura, se espalhou pelos quatro cantos do mundo, sua culinária foi adaptando os conceitos dos países por onde viveu e assim como assimilaram estes novos conhecimentos, também deixaram a sua contribuição milenar e bíblica por onde passaram, na enorme abrangência que cria o verbo: “AGREGAR”!

Como professo a bandeira de um “mundo sem fronteiras e barreiras” e amo muitas culturas gastronômicas, tive alguma dificuldade em escolher a receita para encerrar esta viagem de férias. Acabei optando ela culinária judaica por sua alquimia de tantos sotaques, mescla de sabores e soluções criativas, aprendidas em vários períodos de escassez, que irmanam e aproximam todos os povos sob a batuta única do sagrado alimento.

Esta receita com carne, legumes e frutas, tem um toque agridoce e é um dos pratos típicos do “Rosh Hashaná”, o Ano Novo judaico. Como a cozinha judaica é rica em simbolismos e atenta aos mínimos detalhes, as receitas deste período tem um toque adocicado, para gerar fartura no novo ano. No desejo que o novo semestre que se inicia seja doce para os seus leitores a coluna deseja a todos: Bom Apetite!

INGREDIENTES:

1 Kg de coxão mole

2 colheres de sopa de azeite

4 cenouras cortada em rodelas

1 maçã verde

2 xícaras de caldo de legumes

250 g de frutas secas (damasco, uva-passa, ameixa...)

250 g de legumes branqueados (mini-beringelas, mini cenouras, mini batatas...)

Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

MODO DE PREPARO:

Para branquear os legumes, ferva água com sal e, ao lado, deixe uma tigela com água e gelo. Coloque os legumes na água fervente e deixe por dois minutos. Retire-os com uma escumadeira e passe-os para a água com gelo. Reserve.

Aqueça o azeite e refogue a carne, cortada em cubinhos, dourando-a por igual.

Adicione o caldo de legumes e cozinhe por 20 minutos.

Acrescente as cenouras-cortadas em rodelas- as frutas secas e a maçã- com casca, cortada em fatias e sem sementes.

Tempere com sal e pimenta e deixe cozinhar por mais 10 minutos.

Monte um prato com o guisado, decorando-o com os legumes branqueados. Sirva quente.

RENDIMENTO: 4 Porções!

ACOMPANHAMENTO: Arroz e salada!

Os judeus costumam acompanhar este prato com pão pita, ou pães artesanais, POIS O PÃO TEM PAPEL DE DESTAQUE NA CULINÁRIA JUDAICA.

DICA: Opte sempre pelo preparo do caldo caseiro.

Utilize as frutas secas que tiver por casa!

NOTA: O Estado de Israel, foi criado em cima de um território árido e pantanoso, difícil de plantar e colher qualquer coisa. Mas como os imigrantes dependiam da agricultura para garantir a sua sobrevivência, com muito trabalho e persistência criaram cumplicidade e entendimento, o que resultou numa explosão de cores e sabores de colheita generosa.

Dos lados de cá do mundo, há algumas décadas aportaram alguns imigrantes, vindos da Holanda que num contexto similar atingiram a mesma meta. A todos estes desbravadores a minha enorme admiração e gratidão!

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