top of page

Despertar para um ano novo



Daqui nove dias um novo ano se inicia. Esse é um tempo para renovar as esperanças, corrigir os erros, louvar pelos acertos e se preparar para mais uma caminhada de 365 dias.

Para ajudar a você a se preparar para um novo ano, O JC Holambra traz uma reflexão da monja Coen Roshi, missionária oficial da tradição religiosa Zen Budista conhecida como Soto Shu.

O JC Holambra agradece a sua dedicação e carinho como leitor e deseja um 2018 repleto de realizações.

Despertar

O Caminho da Sabedoria é pleno de beleza.

Flores, harmonia, respeito, natureza.

Tudo cultivado com o coração de paz e ternura.

O ano de 2017 (ano Buda 2583) está terminando.

É uma boa ocasião para a grande faxina anual.

Limpamos cantos e armários que geralmente não limpamos todos os dias.

Verificamos gavetas e abrimos espaço, retirando aquilo que não tem sido útil nos dois últimos anos.

Guardamos potes e panelas ou os distribuímos a quem precisa.Também devemos olhar em profundidade para nossos sentimentos e emoções.

Há muito a reciclar.

O que devemos manter, preservar, dar continuidade e o que precisamos alterar ou guardar em lugar seguro.

Raiva, rancores, tristezas e semelhantes podem ficar bem protegidos e mantidos em um lugar distante da nossa mente, boca e atitudes.

Alegrias, compreensão, cooperação, participação e querer bem devem ficar bem ativos e estimulados.

Funciona o nosso cérebro através de sinapses neurais.

Quais as sinapses que estamos estimulando?

E quando o estímulo cessa a sinapse não mais ocorre.

O que você quer estimular para 2018 (ano Buda 2584)?

Tenho a esperança – como diz o Professor Mario Sergio Cortella – esperança de esperançar, de fazer alguma coisa em direção a que aconteça algo e não de esperar sem fazer nada – esperança de que possamos todos despertar.

Despertar para a beleza da vida.

Despertar para o amanhecer de uma nova consciência.

A Consciência global de que podemos fazer o bem a todos os seres.Esperança de construir uma Cultura de Paz e não violência ativa.Esperança de reerguer os valores éticos e vivermos em harmonia e respeito com a natureza, todas as formas de vida e entre nós, na grande família humana.

Que os sinos toquem a alegria do nascimento de um grande mestre do amor – Jesus de Nazaré.

Que as pessoas sigam seu exemplo de amar, compreender, acolher e curar.

Que cada um de nós desperte para o contentamento com a existência e descubra que criar laços, vínculos de amorosidade, companheirismo e ternura valem muito mais do que objetos e fortunas, poder e glória mundanos.

Que saibamos partilhar e acolher cada ser que se aproxime de nós com a humildade que a terra (húmus) nos ensina.

Que haja luz, claridade, clareza mental para que possamos ter o discernimento correto em cada palavra, pensamento e ação, de forma que o mundo desabroche em petúnias, cravos, rosas, orquídeas e tulipas.

Em meio às flores multicolorias iremos dançar a ciranda, de mãos dadas, abençoando e sendo abençoados pela sacralidade da vida.Que todos os seres se beneficiem.

Que possamos nos tornar o Caminho Iluminado.

Mãos em prece

Monja Coen, líder budista brasileira. Iniciou seus estudos budistas no Zen Center de Los Angeles e foi ordenada monja em 1983. Neste mesmo ano foi para o Japão e se dedicou, por 12 anos, à vida religiosa entre estudos e práticas, os quais oito anos no Convento Zen Budista de Nagóia, Aichi Senmon Nisodo e Tokubetsu Nisodo. Participou de vários cursos e programas de formação para monges, tendo se graduado no mestrado da tradição Sotoshu. Retornou ao Brasil em 1995 e liderou as atividades do Templo Bushinji, no Bairro da Liberdade em São Paulo, e sede da Tradição Sotoshu para a América do Sul durante 6 anos. Foi, em 1997, a primeira mulher e primeira pessoa de origem não-japonesa a assumir a presidência da Federação das Seitas Budistas do Brasil, por um ano. Participa de encontros educacionais, culturais e inter-religiosos, com o objetivo de divulgação do princípio da não-violência e a criação de uma cultura de paz, justiça, cura da Terra e de todos os seres vivos.

21 visualizações0 comentário
bottom of page