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Sustentabilidade, criatividade e protestos marcam desfile


Baianas, bailarinas, índios, garis. Personagens consagrados do universo infantil e tantos outros criados para mais um animado desfile de rua em Holambra, na tarde de terça-feira. Com muita animação e seguindo o tema proposto pela organização – Carnaval Sustentável –, centenas de foliões levaram mensagens de conscientização e até de protesto para a Maurício de Nassau, alameda que horas antes do desfile, iniciado às 14h, já estava repleta de moradores e turistas que foram prestigiar e conferir a criatividade dos blocos.


A escola de samba da Fanfarra Amigos de Holambra abriu o desfile que reuniu 17 blocos. O primeiro foi formado pelos pais dos fanfarreiros e fazia referência à próxima viagem para a Holanda, no segundo semestre deste ano, quando o grupo tocará num desfile parecido com o carnaval, porém “sobre as águas”, e divulgará a maior festa popular brasileira.

O grupo da Terceira Idade, com 27 integrantes, entrou na alameda de índio. A opção pela “Tribo Sustentável”, conforme destacou a primeira-dama Diva de Souza Godoy, foi para reforçar a contribuição indígena para a cultura brasileira, além de pontuar a importância de se valorizar o índio, que vem, a cada dia, perdendo seu espaço. Diva, que sempre acompanha o Grupo Reviver, completou que todos os integrantes desfilam “no chão, do começo ao fim do desfile”.


De patins ou bicicleta, três jovens holambrenses formaram o grupo “Esporte Sustentável” (a bicicleta tinha até gerador) e, em seguida, vieram as Veteranas: movidas a energia solar, eólica e alcoólica! Divulgando formas mais econômicas e sustentáveis de geração de energia (sol e vento), as integrantes brincaram: “toda energia para o coração e traz alegria e amor”, elementos indispensáveis para entrarem na avenida.

A “Trupe do Wafel” contou com 10 crianças, acompanhadas pelas mães, e distribuiu pacotinhos de bolacha para o público. Simone Schoenmaker explicou que tem fábrica de wafel e, assim, o grupo resolveu oferecer as rebarbas para não desperdiçar as sobras e divulgar um produto gostoso, tipicamente holandês. “A intenção é aproveitar tudo”, disse, ao completar que fazem um carnaval divertido para os foliões e para o público.


Ana Paula Nery, com o marido e os dois filhos, integrou o grupo da Escola Acalanto e a ordem foi reaproveitar. “Como o tema é sustentabilidade, cada um teria de improvisar a fantasia com o que já tinha em casa ou emprestando acessórios com os outros integrantes”, disse, ao considerar o desfile de rua em Holambra “bem diferente e válido”. “Não encontramos nada parecido em nenhum outro lugar. É único, as crianças brincam de verdade, é muito bom”.

Ainda entre os blocos, teve agricultores no “Abra alas que precisamos sustentar o mundo”; duas baianas com roupas feitas de papel; os Veteranos com integrantes que varreram a avenida e reciclaram o lixo e, no final, o animado Robin Hood Recicla Brasília, com mais de 100 integrantes: distribuíram dinheiro (de mentira!) para o público e protestaram contra os políticos.Além dos blocos que concorreram aos prêmios (veja classificação), carros alegóricos com muitas flores deram um toque especial ao desfile de rua.

A organização do evento, que traz a Parada das Flores, é do Raad van Elf (Grupo dos Onze), que conta com parceiros que colaboraram com doações variadas, como dinheiro para a premiação (três primeiros de cada categoria). Thomas Peeters Kors, da organização, disse que cerca de 500 foliões desfilaram pela avenida e foram prestigiados por um público estimado em cerca de 8 mil pessoas.


Citou ainda que outros 300, envolvidos com a realização do desfile, também fizeram o percurso: eram jurados ou estavam ‘trabalhando’, distribuindo brindes para o público. Foram oferecidos gratuitamente cerca de dois mil picolés, 1,5 mil pacotinhos de pipoca e 10 mil hastes flores. Essas últimas foram doações das cooperativas Veiling e Cooperflora. Thomas avaliou positivamente os eventos organizados pelo Grupo dos Onze (baile para Terceira Idade, matinê e baile à fantasia, todos no Clube Fazenda Ribeirão), os quais crescem a cada ano.

Para o baile à fantasia, único que não teve entrada gratuita, foram vendidos mais de 400 convites. O prefeito Fernando Fiori de Godoy acompanhou o desfile e citou a presença de crianças, jovens, adultos e terceira idade, público que também prestigiou os eventos promovidos pela Prefeitura. “Tivemos quatro noites de muita folia e com a presença de famílias. A matinê, que nas primeiras edições do Carnaflores contava com poucas crianças, hoje é muito frequentada. E o desfile de rua sempre reúne um grande público. O carnaval em Holambra vem crescendo e precisa ser uma folia organizada para que a família esteja presente”.

Público

Ana Karina Zambaldi veio de Mogi Mirim com o marido Fernando e os filhos Thomas, de 6 anos, e Heloísa, de 2 anos. A família já conhecia Holambra, mas foi a primeira vez que veio acompanhar o desfile de rua. “É muito bacana. Aqui tem carnaval de rua para as crianças e é um incentivo para que conheçam esta tradição. Aqui elas não pulam carnaval apenas num salão de clube. Elas vivenciam a festa na rua”, avaliou.


A holambrense Ângela Matheus não perde os desfiles de rua e na última terça estava com a filha Maria Fernanda, de 8 anos, e os pais Neusa e Alcides. “É um carnaval com respeito, cultural, familiar”, disse, ao citar que adora os carros da Parada das Flores. “E os blocos trouxeram muitas mensagens para conscientizar o público sobre a importância da preservação dos recursos naturais”.

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