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Estudante de Holambra apresentará pesquisa no Reino Unido



Arquivo Pessoal

Formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e mestrando em Estatística pela Universidade de São Paulo (USP), o estudante Pedro Henrique Filipini dos Santos, de 26 anos, teve o começo de sua trajetória nos estudos em Holambra. “Tenho muito orgulho de ter passado boa parte de minha vida em uma cidade acolhedora como essa”, lembra.

Foi na cidade das flores que o aluno da Escola Estadual Ibrantina Cardona conheceu os professores mais importantes, que o incentivaram, inspiraram e, que, certamente marcarão sua vida para sempre de forma positiva. “Sem o incentivo de tantos professores eu não teria chegado onde estou hoje”, garante.

Mas, nem tudo foram flores. Vindo de escola pública e de família sem muitos recursos financeiros, o seu primeiro grande desafio foi no período de vestibular, em que percebeu que se quisesse ingressar em uma universidade pública, deveria ir além do que era ensinado nas salas de aula. “Minha família não tinha como pagar um cursinho pré-vestibular, então tive que estudar por conta própria”, diz.

Durante esta fase, contou com o apoio de vários professores da sua escola, além de amigos que faziam cursinho e emprestavam livros. Mesmo não tendo conseguido passar em seu primeiro vestibular, Pedro não desistiu. E no ano seguinte, foi aprovado, graças a sua nota no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Para o estudante, um aluno de escola pública tem tanta capacidade de desenvolver suas habilidades quanto qualquer outro de instituições particulares. “Entretanto, é preciso considerar que, muitas vezes, será como uma corrida em que o aluno de escola pública largará vários metros atrás”, compara.

Durante sua graduação, muitas vezes teve que redobrar os esforços para alcançar o mesmo resultado dos seus colegas. “É injusto ter que lidar com esse tipo de concorrência, mas, como todos estão fazendo as mesmas matérias, essa diferença fica cada vez menor, podendo até desaparecer e transformar-se em vantagem no futuro. Infelizmente isso é válido para tudo na vida. Cabe à pessoa não desistir, dedicar-se e ter ciência de que será difícil, sim, mas valerá a pena no final”, ensina.

Filho da artesã Selma e do comerciante Luiz Carlos, Pedro lembra que os pais sempre o apoiaram incondicionalmente. Sua maior preocupação foi a de ser um peso para eles, financeiramente, então sempre buscou auxílios da universidade e realizou atividades extraclasse, como Iniciação Científica e estágio para poupar os pais. “Mas, naturalmente, passei por diversos problemas nesses anos e eles nunca deixaram de me ajudar nos momentos de necessidade. Devo tudo ao esforço deles”, se orgulha.

E todo esse esforço valeu a pena. Recentemente, sua pesquisa foi aceita para apresentação no 2018 ISBA World Meeting, evento de maior importância em sua área de pesquisa e será realizado no final de junho no Reino Unido.

Hoje, Pedro vive na moradia estudantil de sua universidade (CRUSP), em São Paulo e sua rotina de estudos está bastante corrida. Isso porque tem feito diversos trabalhos temporários como consultor; está preparando um artigo; terminando de escrever sua dissertação; E, apesar de ter terminado os créditos obrigatórios do curso, está fazendo também uma matéria extra de Econometria Bayesiana duas vezes por semana. “Como todas essas coisas dependem apenas de mim, não tenho finais de semana ou feriados, todo dia é dia de trabalhar, produzir e estudar”, afirma.

Para atravessar o continente, Pedro terá muitos custos, que ainda estão longe da sua realidade. Para ajudar com as despesas, o estudante seguiu a ideia de amigos e criou uma "vaquinha online". “Felizmente a ideia deu muito certo. O valor que pedi é destinado às passagens aéreas e ao ingresso do evento, mas ainda terei muitos outros gastos com estadia, transporte, alimentação e seguro de saúde", conta Pedro, que reconhece que seria muito bom se conseguisse a ajuda de um patrocinador.

O estudante diz que tem dois objetivos principais: o primeiro é poder retribuir por tudo que seus pais já fizeram por ele e o segundo é produzir algo relevante e que impacte positivamente na vida de muitas pessoas, que, para ele, é o objetivo de toda pesquisa. “Acredito que ambos podem ser conquistados com muito trabalho, estudo e esforço”, ressalta.

Pesquisa

Em 2017 iniciou a sua pesquisa sobre causalidade, utilizando métodos de Machine Learning (Aprendizado de Máquina). Trata-se de um estudo de relação de causas e efeitos. Sua pesquisa faz uma análise da eficácia de determinado tratamento para cada indivíduo de uma amostra não aleatorizada. “Os modelos que utilizo também são de grande complexidade e fazem parte do que há de mais avançado em Machine Learning”, explica.

Um grande diferencial é que tal método de análise pode ser facilmente transportado para diversas áreas do conhecimento, como saúde, genética, impacto ambiental e economia.

Pode até parecer piegas, mas o que inspira Pedro é o seu desejo de um futuro melhor e a vontade de fazer a diferença no mundo. “O caminho dos estudos é árduo e as coisas nem sempre acontecem como o planejado, então tento manter o foco nos meus objetivos e não desistir, apesar das adversidades”, acredita.


Arquivo Pessoal

Apoio à causa

Empresas que tenham interesse de patrocinar esse jovem e esforçado estudante e pesquisador basta entrar em contato diretamente com ele pelo e-mail: pedrofilipini@hotmail.com

Para contribuir diretamente pela "vaquinha online" (http://vaka.me/n93qw2).

“Todo tipo de ajuda é muito bem-vinda”, agradece Pedro.

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