Garrafas viram arte e geram lucro
- Da redação
- 11 de jul. de 2018
- 3 min de leitura

Garrafas pet se transformam em bolsas, cestos, porta-retratos. Pneus ganham formas de floreiras, lixeiras, poltronas e até brinquedos para o parque infantil. Tem ainda carteiras e porta-treco feitos com embalagens tetra pack e enfeites natalinos construídos a partir de material reciclado.
Sim, o lixo pode se transformar em arte. E esta arte pode ser um gerador de renda para as famílias holambrenses.
No último mês, a Associação dos Protetores da Ecologia (Apraeco), de São Paulo, ministrou uma oficina em Holambra. Seus cursos são voltados ao reaproveitamento de resíduos, como vidros e pneus, e o foco em Holambra foi a garrafa pet. “Quando falamos em reciclagem com pet, as pessoas pensam em cortar a garrafa e colocar uma plantinha. Mas é possível fazer muito mais, transformar a garrafa em algo ainda mais útil”, disse a professora da Apraeco, Sandra Regina Meronho.
Nesta primeira oficina, de curta duração, os participantes – das cidades que integram o Consab, organizador do evento – confeccionaram um porta-retratos. Mas Sandra não descartou a possibilidade de voltar a Holambra para ensinar outras peças que agregam mais valor às garrafas pet, como as bolsas e caixas de vários tamanhos. Ela destacou que os artesãos ficaram empolgados com a oficina e acredita que artesanato com reaproveitamento de materiais pode ser uma alternativa criativa para a criação de um produto típico, pois geralmente os turistas procuram um produto que lembre a cidade. “É uma oportunidade de geração de renda enorme, porque a matéria-prima é barata e está no nosso lixo. Um catador vende um quilo de garrafas pet – cerca de 20 unidades – por até R$ 2. Com esta mesma quantidade é possível fazer uma bolsa que poderá ser comercializada, dependendo da região, por R$ 50 a R$ 100”, comparou, ao apontar que cada peça depende, também, da criatividade do artesão.
Entre as oficinas, Sandra destacou duas que ajudam na redução de custos para a administração pública e, ao mesmo tempo, garante dinheiro para o artesão e contribui com o meio ambiente: de enfeites natalinos com garrafa pet, que já são utilizados em várias cidades brasileiras e viram pontos de visitação; e a oficina de pneus, que se transformam em peças úteis, deixando de ser um possível criadouro do Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue. “Um pneu leva cerca de 500 anos para se decompor na natureza. Se transformado em uma poltrona, será uma peça que passará por gerações”, comparou.
Participantes
Ivone Esperança fez a oficina para conhecer novos tipos de artesanato. Adorou e espera que a Prefeitura invista em outras oficinas que possam incentivar a reutilização de materiais. A artesã Elisete Marcondes fez o curso da Apraeco e espera uma oportunidade para aprender a confeccionar os cestos com garrafas pet, “viáveis para a revenda com preço acessível” e um artigo diferente para variar a decoração. Também se entusiasmou com as poltronas feitas com pneus. “Já tinha visto em lojas em São Lourenço, são confortáveis, uma opção para o jardim. A beleza se sobressai e não fica parecendo um produto reciclado. Deu valor à peça”, avaliou. A artesã Sueli Martins ressaltou que a oficina mostrou o quanto é possível criar com a garrafa pet, “material reciclável, em abundância e custo zero”. Ela acredita que é uma forma de abrir novas possibilidades para o artesanato em Holambra e avaliou: é um novo nicho que ainda enfrenta barreiras com o industrializado, mas com qualidade e criatividade pode ser competitivo.
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