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A prioridade na realização pessoal

Coluna Ponderando. Roberto de Athayde



A vida é feita de embates desde que nos entendemos por gente. Sempre em tentativas de ocupar espaços que acreditamos serem nossos, ganhando e perdendo como em batalhas planejadas. Na escola foi assim, no meio social não tem sido diferente e no trabalho - pela sobrevivência e perseguição ao sucesso - causas e efeitos se apresentam mais pronunciados.

Quero crer que que é no trabalho que a visibilidade se torna mais cristalina, onde anseios levam não poucos a compactuar na busca da manutenção de um status-quo ou ascensão. E nesse universo, onde tantos lutam para entrar e outros tantos para não sair, a briga é de cachorro grande.

Não importa a escala hierárquica, o tipo de atividade exercida, a escolaridade. Seja nas artes, nas ciências, no mundo dos negócios, no exercício de funções mais ou menos qualificadas ameaças rondam a segurança da estabilidade no emprego.

Afinal, empresas (não filantrópicas) são empreendimentos que tem por objetivo o lucro. Apesar de tentarem promover uma imagem voltada, também, para o social, são frias e calculistas, impessoais, cortando quando necessários custos e empregos da noite para o dia.

Admita-se ou não, a sobrevivência em um emprego, seja qual for a atividade, está sempre em uma corda bamba. Do presidente ao porteiro. Conglomerados estão cem por cento envolvidos com política, não raro, rasteira. Os ventos, internamente nas organizações, não raro sopram de acordo com interesses muito distantes dos pregados em sua imagem, com reflexos no emprego.

O casamento entre donos de atividades econômicas profissionais menores e seus empregados é, também, tão relativo quanto aqueles entre casais. Em um passado, já não tão recente, as empresas pertenciam a seus fundadores ou herdeiros quando, curiosamente, as regras eram mais claras, a fidelidade dos empregados maior (inúmeros nelas entrando jovens e saindo quando aposentados), o relacionamento entre patrões e empregados mais bem definido e honesto.

Os ventos tecnológicos que sopram forte deverão criar abismos entre donos de negócios e executores de tarefas – leia-se empregados – eis que máquinas inteligentes e obedientes são mais fáceis de produzir com eficiência, não fazem greve nem clamam por benefícios sociais.

O modelo empregador-empregado atual parece se exaurir.

É possível que uma nova ordem relativa venha a ser introduzida onde anseios necessitem de recalibragem repensando sobre o que é realmente importante e prioritário para a realização pessoal relativizando a dependência de um emprego visando a sobrevivência.

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