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Ceia tradicional natalina terá maior custo em 2020


Vários fatores econômicos contribuíram para o aumento dos preços dos alimentos





O Natal, que é a época festiva mais aguardada do ano se aproxima. E para ter acesso aos alimentos típicos deste mês, os holambrenses terão que desembolsar mais este ano do que no mesmo período do ano passado.



Para a carne, por exemplo, já é esperada a maior das correções; as castanhas, que em sua maior parte são importadas, têm a questão do dólar para jogar contra; já as frutas in natura, se produzidas no Brasil, podem sofrer impacto menor. “Nos preços de alimentos natalinos, a Fundação Getúlio Vargas apura até o momento, alta de 15,36% em relação ao Natal do ano passado. Como comparação, o IPCA (Inflação Oficial do Brasil) atingiu 4,31% no mesmo período. Sabemos que o impacto não será pequeno”, explica o economista Ricardo Buso.


Segundo o economista, a maior vilã dos preços da ceia natalina é a proteína animal (carnes em geral). A expectativa, das maiores altas no grupo, deve ser para frango, lombo suíno e pernil. “Quem conseguir aderir a uma ceia mais tropical e menos dependente das carnes, certamente economizará ou conseguirá comprar mais”. Além disso, Ricardo ressalta a importância de todo holambrense pensar na sociedade em que vive e não deixar de reservar um espaço no orçamento para consumir flores nas festas de final de ano. “De acordo com as possibilidades de cada um, seja um singelo vasinho de kalanchoe ou um grande arranjo elaborado, certamente a economia pode gerar um ciclo benéfico à população”, destaca.


A vendedora de flores e plantas Carla da Rocha Bueno, que receberá seus familiares em sua casa no Natal, apostará em uma ceia mais limitada, já que também tem o hábito de dar presentes e expô-los em volta da árvore de Natal. “Vou trocar o pernil, que é o meu carro-chefe, por rocambole de carne moída. As nozes e castanhas serão substituídas por amendoim. As frutas eu só vou comprar as mais baratas. Não abro mão de presentear os meus filhos, que esperam esta data o ano todo e também faço questão de enfeitar a minha mesa com pequenos arranjos de flores, de onde vem o meu sustento. O principal é estar com saúde, celebrar o Natal em família com a mesa farta, mesmo sendo mais simples, mas, respeitando o nosso bolso e nossa realidade”, acredita.


Para Ricardo, o Natal, além de ser a época de maior consumo de todas as classes sociais, é um período de tentativa de relaxamento de tantas pressões sofridas ao longo deste ano. “Mas é uma condição mais difícil que em outros anos, por esperar as despesas típicas de início de ano em novo cenário de desemprego bem maior e dificuldades na manutenção do auxílio emergencial, que movimentou bastante a economia”, aponta.


Fatores econômicos


Diferente do que muitos pensam, a escalada dos preços não tem relação direta com a restrição de atividades do início da pandemia de Covid-19. “Pelo contrário, a restrição tem caráter deflacionário, por conta da queda na atividade”, revela o economista, citando o conjunto de fatores mais relacionados à inflação da ceia de natal:


• A desvalorização do Real, popularmente conhecida como alta do dólar;

• Demanda chinesa por proteína animal (carnes), que inflaciona o mercado;

• Custo de insumos essenciais para a ração animal, como soja e milho, por conta de fatores climáticos no Hemisfério Norte;

• Auxílio emergencial do Governo Federal, que tem no foco a garantia das necessidades alimentares.

Dálete Minichiello






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