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Dura retomada da economia


Depois de um ano em pandemia causada pelo Covid 19 (coronavírus), os impactos podem ser vistos em todas as áreas. É claro que, a maior consequência foram as milhares de vidas sucumbidas devido ao Coronavírus.


O vírus ceifou vidas, colapsou o sistema de saúde, que já era frágil, e deixou uma série de incertezas quanto ao futuro. O Covid também atingiu em cheio a economia que tentava se recuperar devido às más gestões.



Os dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia apontam que o saldo de 2020 foi de 9.340 empregos com carteira assinada em Holambra. Quando comparado ao ano anterior, que apresentou 9.616 postos, mostra que foram eliminados 276 postos formais de trabalho.


Devido à baixa de empregos formais, de 2,87%, Holambra ficou com o segundo pior resultado da RMC (Região Metropolitana da Campinas).

O setor que mais sentiu o impacto foi o turismo, responsável por drástica perda de 59,47% dos cargos de emprego. Os números só não foram piores graças à agropecuária, que criou 554 novos postos.


A retomada

Com o início da vacinação e os cuidados de prevenção assimilados pela população, é hora de retomar o avanço da economia, consequentemente, gerando novos postos de emprego. Segundo o economista e colaborador do JC Holambra Ricardo Buso, a geração de empregos está intimamente associada às condições da economia nacional, mas também recebe influência da dinâmica econômica local de cada município. “Não resta dúvida do potencial de recuperação de Holambra, mesmo que o resultado de 2020 tenha se distanciado bastante do padrão de evolução que a cidade apresenta”.

Ele explica que as necessárias restrições de mobilidade, impostas por conta da pandemia de coronavírus, atingiram em cheio a cadeia de valor adicionado originada pelo setor de turismo, com ênfase no primeiro semestre do período, e que, “se houver um lado bom da história, aparenta ter já encontrado seu ‘fundo de poço’”.


Considerando alguns fatores importantes, Ricardo ressalta que, como curva de aprendizado com o problema (convívio), descoberta da vacina e o turismo regional como porta de acesso à retomada maior do setor, o segmento deve colher frutos de uma recuperação, mesmo porque a comparação se dará a partir de uma base muito ruim, que foi 2020.


“Contudo, possibilidades de agravo na pandemia (com novas restrições) ou reveses nos planos de vacinação (por falta de insumo) não podem ser descartadas como barreiras à retomada, que ainda aponta a recuperação significativa como cenário mais provável. Por estranha que possa parecer a avaliação, mesmo aos empreendedores e à economia, pior que a paralisação das atividades é a instabilidade, o cenário de incerteza. Não tenho a menor dúvida de que o absoluto respeito coletivo às regras das autoridades é o melhor caminho, no sentido de cumprir para passar mais rápido e conseguir voltar com maior espaço, até a imunização mais disseminada”.


Luz no fim túnel


O economista diz que ajuda imediata e de baixo custo aos importantes operadores do segmento pode ser pensada com a disponibilização de assessoria técnica para acesso ao plano público (estadual) de recuperação. Do ponto de vista comunitário, Ricardo fala que a sensibilização pela dificuldade atravessada no setor é um momento bastante oportuno para tratar de remover “alguns conflitos ainda presentes, de que parte da população parece se sentir numa espécie de competição entre recursos destinados às benfeitorias turísticas e verbas para tratar das demandas sociais dos moradores. É importante conscientizar, tanto dos fins específicos dos recursos externos, quanto (e principalmente) ao ciclo de melhorias que o turismo pode trazer aos investimentos para a população”.


Já a agricultura, que mesmo passando pelo enorme desafio do primeiro trimestre de 2020, conseguiu gerar empregos de maneira expressiva, merece mais apoio para recomposição de perdas, analisa Ricardo. “O engajamento coletivo contrário à recomposição de benefícios do ICMS foi um bom sinal, mas é preciso muito mais”.


De acordo com ele, um robusto plano de contingência para combater eventuais novas possibilidades de bloqueios no escoamento de produção, seja por riscos de pandemia ou greve de caminhoneiros, por exemplo, seria muito bem vindo para buscar minimizar outros choques que impactariam insuportáveis perdas. “Não menos importante seria pensar na busca de subsídio público (talvez internacional ou multilateral) às linhas de financiamento da produção. Gosto de lembrar que ninguém assume mais riscos pela economia do país que o homem do campo. E isso requer toda a sensibilização possível, mais ao pequeno produtor”.


Ele ressalta que é fundamental que a sociedade holambrense preze por manter as características rurais da cidade. Para o economista, levar continuamente infraestrutura produtiva e social ao campo significa preservar população e produção nas áreas, reduzindo a competição por terras com a urbanização e especulação imobiliária, que serve apenas para encarecer o meio de produção rural, além de deixar uma conta costumeiramente alta em termos de precarização urbanística.


O comércio, o economista observa, que é o setor que paga o preço da diminuta escala de vendas, justamente numa época concorrencial em que pesquisa de preços e acesso aos produtos são instantâneos, devido à velocidade da evolução das comunicações. “Vejo no associativismo e cooperativismo, práticas do DNA holambrense, solução para contorno ao obstáculo do Setor.”

“Mas é importante acreditar que a união de agentes produtivos é ainda perfeitamente aplicável à melhoria de resultados da economia em todos os setores da cidade. Tudo aqui proposto converge para a busca de recuperação do tradicional ímpeto econômico do município, com bons reflexos para a população.”


Sugestões de melhorias


Para o economista, a retomada pode ser liderada pelo Poder Público, que em Holambra conta com uma capacidade de investimento acima da média. “Como o Município (assim configurado) é relativamente jovem, não passou pela fase de uma visão administrativa mais precária que se tinha no passado, carregando ainda custos de uma máquina pública mais pesada na maioria dos municípios”.


Além do certeiro investimento em qualificação profissional, já em curso, ele vê que tal capacidade maior de investimentos poderia ser aplicada na criação e manutenção de dois grandes bancos de dados para busca de assertividade econômica. “O Banco Interno poderia medir toda e qualquer variável executada pela Prefeitura: durabilidade de cada lâmpada da iluminação pública, tempo médio de atendimento de ocorrência pela viatura da Polícia Municipal, tempo médio de chegada da ambulância, taxa de ocupação das viagens do transporte urbano, dentre inúmeras outras variáveis. Ajuda na tomada de decisões para emprego racional de recursos públicos, com consequente economia a ser dirigida para mais investimentos”.


Já o Banco Externo, ele argumenta, mediria dados locais de grande importância, como inflação, atividade econômica, emprego, de maneira instantânea, eliminaria a dependência de dados externos com tamanha defasagem de tempo disponibilizados pelas esferas superiores de Administração. “É um recurso de grande valia no direcionamento de ações para atingir metas econômicas do município. Enfim, são todas medidas para manter a pujança econômica de Holambra, que, apesar dos desafios passados, continuam a receber minha aposta de capacidade de superação”.



De volta aos trilhos

O JC Holambra buscou discutir com especialistas e entidades sobre como aquecer a economia depois de um ano trágico. Para continuar enfrentando a pandemia, a recomendação da ACE (Associação Comercial e Empresarial de Holambra) é de que as empresas continuem sua busca por melhoramento e que se dediquem a analisar e planejar seus passos. “Assim, poderão identificar fragilidades e trabalhar no que precisa ser ajustado e melhorado, seguindo adiante com mais segurança”.

A entidade analisa que a capacidade de adaptação foi um dos grandes ensinamentos reforçados pela pandemia, não apenas na forma de vender, mas no gerenciamento do negócio. De acordo com a ACE, o período mostrou e tem mostrado que o fluxo de inovação nas empresas precisa ser contínuo. “Essa busca por modernização das novas formas de gestão, negócios e vendas, foi crucial e continuará sendo no varejo pós-pandemia”.

A ACE lembra que a crise desencadeada pelo Coronavírus também acelerou a transformação digital, levando as empresas que têm endereço físico a compreenderem que agora elas têm duas faces: online e offline.


Apoio aos empreendedores

A Associação Comercial realizou um importante trabalho de bastidores, mantendo o atendimento em 100% do período. Investiu durante toda a pandemia em orientação às empresas, tanto na interpretação de protocolos e regras, quanto na capacitação para que os negócios, especialmente os pequenos, pudessem encontrar meios de vender e se adaptar, apesar das restrições. Por meio de lives, criação e publicação de dezenas de conteúdos, cursos à distância e atendimento, a Associação ofereceu esse suporte às empresas.


Outra forma de atuação foi com representatividade, considerando o que aconteceu durante todo o ano de 2020, discutindo flexibilização e apoio aos negócios e empregos. Recentemente, por exemplo, quando o governo estadual restringiu o funcionamento do comércio não essencial aos fins de semana, a entidade se manifestou junto à Prefeitura e também em âmbito estadual, engrossando o movimento de retomada da economia com mais de 400 entidades junto ao governo paulista.





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