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...e no mato sem cachorro

Coluna Ponderando




A esperança depositada por 57 milhões de brasileiros em um governo que poderia recolocar este país nos trilhos, depois de desastradas políticas econômicas e sociais implantadas por governos anteriores, parece estar derretendo. Governo este que, juntamente com os outros dois poderes, está transformando a República em um Apocalipse, palavra grega que significa “Exposição” ou “Revelação”.

Assistimos, com pesar, a um Legislativo que permanece comprometido com seus interesses político-eleitoreiros, descompromissado com o futuro do país, e um Judiciário desagregado que confunde a opinião pública sobre suas verdadeiras intenções.

O Presidente da República, sem demonstrar sobriedade, comedimento e educação, mas destempero, resvala em comentários distantes, muito distantes, daqueles que se espera de um primeiro mandatário de estatura compatível: classifica governadores nordestinos de “paraíbas”, questiona o trabalho reconhecido realizado pela Comissão Nacional da Verdade, coloca em xeque aquele do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre a questão do desmatamento na Amazônia. E o faz de forma intempestiva!

O Judiciário, em particular, vive momentos de gangorra, de esconde-esconde, de conflitos internos, intocável. O Supremo Tribunal Federal - de “perfil definido” - não raro põe suas manguinhas de fora. É o caso de manifestação recente do mais que controvertido ministro Gilmar Mendes: “Lava Jato é organização criminosa para investigar pessoas.” Arre!

Aliás, fossem Suas Excelências alvo de campanha da Folha de S. Paulo e seu parceiro o site The Intercept - a exemplo do que vem ocorrendo com os membros da Lava Jato – e certamente cobras e lagartos estariam invadindo nossos lares via TV, revistas e congêneres.

E talvez não seja por outra razão que o ministro Alexandre de Moraes - relator do inquérito aberto pelo STF para apurar a divulgação de notícias falsas e ofensas contra integrantes da Corte - requisitou todo o processo da “Operação Spoofing” com mensagens apreendidas pela Polícia Federal e reproduzidas por um grupo criminoso de hackers que fez ataques a 1.162 números telefônicos distintos.

A requisição do ministro provocou críticas ao processo, eis que o Supremo abriu o inquérito sem a provocação do Ministério Público, por iniciativa própria. Segundo especialistas é ilegal, porque vem de um inquérito manifestamente ilegal! Um absurdo porque transforma o Supremo em investigador do próprio crime que ele vai julgar.

PGR – Procuradoria Geral da República: “A usurpação de competências constitucionais reservadas aos membros do Ministério Público e sua investigação por verdadeiro “tribunal de exceção” evidenciam as ilegalidades apontadas”. Bingo!

Pelo visto, além de cobras e lagartos estamos no mato sem cachorro! Socorro!

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