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Especialista fala sobre o termo "fake news" e dá dicas de como não ser pego por elas


Noemi Almeida

Na era da informação muitos ainda são aqueles que não sabem reconhecer uma notícia falsa. As "Fake news", termo que ganhou força em 2016 na corrida presidencial dos Estados Unidos, faz parte da trama política também no Brasil; reforçando a polarização de linhas ideológicas e desacreditando o caráter ideal do jornalismo: o de validar os fatos e ampliar o conhecimento.

Mais do que apenas ser enganado, parte da população também realiza o papel de disseminadora das Fake news, aumentando ainda mais a rede de enganos. Como escapar de ser pego por essas notícias falsas? O Jornal da Cidade conversou com um especialista sobre o tema.


Edinho Baffi é especialista em Comunicação Política e autor do livro "Comunicar com estratégia faz a diferença". Jornalista formado pela PUC-Campinas, tem MBA em Marketing pela FGV e é Professional Coach Certification pela Sociedade Latinoamericana de Coaching (SLAC). Atua profissionalmente nas áreas de Assessoria de Imprensa, Comunicação Pública, Gestão de Imagem, Prevenção e Gerenciamento de Crises e Marketing Político. Confira a entrevista na íntegra.


1. Como podemos definir as fake news? E o que elas representam no nosso contexto atual?

A fake news é uma notícia falsa construída e arquitetada minuciosamente com um objetivo específico. Ela sempre tem propósito e destino. Não acontece por acaso. A divulgação de uma fake news pode atender a interesses diversos, ilegais, imorais e não legítimos. Fake news não é apenas e simplesmente um erro jornalístico em consequência de falhas de apuração e checagem. A fake news não é um equívoco de informação. Ela é disparada e compartilhada para atingir induzir os seus leitores ao erro e manipulá-los de acordo com os seus interesses.


2. As notícias falsas sempre existiram? De que forma elas existem em cidades pequenas como Holambra?

Sim. As notícias falsas sempre existiram, mas numa proporção bem inferior aos tempos atuais, pois a internet permite que elas sejam espalhadas, viralizadas, muito rapidamente para todo o mundo num espaço de tempo bastante curto.

As falsas notícias são muito comuns em qualquer cidade, pequena, média ou grande. Numa cidade pequena, por exemplo, ela pode começar a ser divulgada na forma de um despretensioso boato e ganhar a cada dia proporções maiores conforme vai sendo compartilhada por mais e mais pessoas.


3. Que impacto as fake news tem na polarização da política?

Elas provocam um impacto negativo muito grande e intenso, pois acirram bastante as discussões nas mais diversas plataformas digitais e, consequentemente, acabam alimentando ainda mais os discursos de ódio entre as diferentes vertentes ideológicas. A fakenews prejudica bastante o tão necessário e saudável debate político no campo das ideias. Informações manipuladas sustentam as falsas notícias com o objetivo de arregimentar mais simpatizantes e apoiadores para as suas mirabolantes e muitas vezes repugnantes teses defendidas.


4. Muitas pessoas acabam culpando a tecnologia pela facilidade na publicação e na disseminação das fakenews, falando sobre robôs e sistemas automatizados que ajudariam a distribuir conteúdo nos sites e, principalmente, nas redes sociais. Como podemos responder a isso, para incentivar o uso responsável das descobertas tecnológicas e não propagar ainda mais “mitos” sobre o assunto ou tornar a tecnologia uma vilã?

Indiscutivelmente o advento da internet há poucas décadas revolucionou nossas vidas de diversas formar. A tecnologia facilitou muito a interação social e a conexão entre as pessoas. Toda essa intensa troca de informações que diariamente é produzida e permitida pelas mais diversas plataformas digitais é extremamente positiva para a nossa sociedade. Mas precisamos ficar muito atentos com o lado ruim da internet, onde leis e valores sociais são constantemente desrespeitados e, infelizmente, produzem muitas vítimas todos os dias. Para nos defender daqueles que usam as plataformas digitais de maneira irresponsável e criminosa precisamos exercer nosso senso crítico especialmente quando nos deparamos com notícias que aparentam não serem confiáveis. Não dá pra acreditar em tudo que a gente lê ou assiste na internet. É preciso ter capacidade de discernimento para não compartilhar as falsas notícias.


5. De que maneira a área acadêmica e as instituições de ensino podem colaborar no combate às fake news?

Discutindo e debatendo cada vez mais os inúmeros males que podem ser provocados por uma notícia falsa e o aperfeiçoamento das possibilidades de penalização criminal de seus autores e também de seus multiplicadores. Produzir e espalhar fake news é crime.


6. Que dicas podemos dar para as pessoas identificarem as fake news?

Sempre desconfie de informações que ainda não foram veiculadas pelos meios de comunicação tradicionais, como Tv, rádio, jornais impressos e revistas. Exerça permanentemente seu senso crítico e sua capacidade de discernimento ao ler uma notícia. Procure identificar a coerência das informações ali divulgadas.


7. O que os cidadãos podem fazer ao identificar que um site está propagando uma notícia falsa? Existe uma maneira de denunciar e/ou pedir que a informação seja “retirada do ar”?

As principais redes sociais de relacionamento apresentam a possibilidade de denúncia contra fake news e outros tipos de abusos no mundo digital. Denunciar também para à polícia quando a pessoa se sentir ofendida por uma falsa publicação também é uma possibilidade acessível a todos os cidadãos. As corporações de segurança estão cada vez mais preparadas e capacitadas para a realização de investigações de crimes digitais e a identificação de seus autores.


8. Para finalizar, fale um pouco sobre o trabalho que você tem desenvolvido para combater as notícias falsas.

Como jornalista e profissional que atua diretamente na área de comunicação eu sempre destaco em minhas palestras e nos eventos que participo a importância que todos nós temos que ter no momento da construção de um conteúdo de natureza informativa. Precisamos sempre ter a responsabilidade de não incluir nos conteúdos produzidos informações de origem duvidosa. A melhor forma de combater uma fake news é sempre estar bem informado para não cair em armadilhas e nem ser induzido ao erro.

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