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Flexibilização da quarentena pode esbarrar na interiorização da doença


“Retomada Consciente” começa dia 1o; na região, 79% dos leitos de UTI estão ocupados



A quarentena no estado de São Paulo se estenderá até 15 de junho, mas a partir desta segunda-feira, dia 1o, haverá uma flexibilização do isolamento social, com a retomada de atividades econômicas em fases escalonadas (cinco fases). O anúncio foi feito pelo governador João Doria (PSDB) nesta quarta-feira e recebeu o nome de "Retomada Consciente". Apesar da flexibilização progressiva, o governador garantiu que a medida será avaliada diariamente e que pode retomar ações mais restritivas se necessário.


Esta flexibilização, conforme números divulgados nos últimos dias, pode esbarrar na interiorização do coronavírus: em maio, a Secretaria Estadual de Saúde registrou uma aceleração maior do vírus nas regiões do interior, quando comparada à Grande São Paulo.

De acordo com o diretor do Departamento Municipal de Saúde, Valmir Iglecias, o problema da interiorização da doença, especificamente para cidades menores como Holambra, é a disponibilidade e a distância dos leitos de UTI para internação, uma vez que a estrutura de saúde está voltada à atenção básica.


Holambra tinha 14 casos confirmados e 11 suspeitos até a tarde desta quinta-feira, dia 28. Desde o diagnóstico do primeiro caso, dois pacientes precisaram de internação devido ao quadro grave e foram encaminhados para o Hospital de Clínicas da Unicamp e para o AME Campinas. “As unidades de referência estão em Campinas e em Sumaré. A taxa de ocupação de leitos de UTI na região já é superior a 79%”, informou o diretor.


Transmissão

A partir da identificação de um caso suspeito, a Saúde atua de imediato na triagem, orientação e isolamento de pessoas potencialmente expostas ao vírus. O diretor explicou que o risco de transmissão comunitária é considerado já a partir do primeiro caso, uma vez que há possibilidade de contato entre a pessoa infectada com outras do seu convívio rotineiro. “O próprio Ministério de Saúde considera, desde 20 de março, todas as incidências do Covid-19 no país como transmissões comunitárias”.


Mas apesar da interiorização da doença, Iglecias acredita que Holambra é uma cidade com características urbanísticas e culturais que favorecem o enfrentamento à pandemia se comparada a outras localidades, além de contar, neste processo de prevenção, com a colaboração das empresas, comerciantes e da população, “que compreenderam o momento e estão contribuindo com as medidas preventivas apresentadas”.


Os municípios da RMC têm discutido a evolução do vírus na região e ações conjuntas voltadas ao enfrentamento da pandemia. Por enquanto, enfatizou o departamento, o isolamento ainda é a alternativa mais adequada para a desaceleração do contágio. “A grande maioria dos moradores aderiu às medidas de prevenção estabelecidas e encorajadas pelo município”.


Novo decreto

O prefeito Fernando Fiori de Godoy informou que diante das alterações propostas pelo Governo do Estado, Holambra avalia protocolos de flexibilização que deverão ser apresentados nos próximos dias através da edição de novo decreto municipal. “É possível afirmar, portanto, que as mudanças terão reflexos nas diretrizes estabelecidas para o município”.


Dr. Fernando acredita ser muito importante um equilíbrio seguro nas medidas adotadas pelo Estado e, em especial, pelos municípios. “A retomada da atividade econômica é necessária, mas é imprescindível que haja respaldo sanitário para cada nova ação. Todo o esforço e sacrífico que estão sendo feitos só poderão ser compensados pelo sucesso na gestão de fluxo e de estrutura da saúde pública”.

Helga Vilela

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