Imigração holandesa é grande marca da história local, mas cidade também é lar para brasileiros vindos de diferentes regiões em busca de uma vida melhor
Em 14 de julho de 1948, aproximadamente quinhentos imigrantes vindos da província Brabante do Norte, localizada no sul dos Países Baixos, fazendo divisa com a Bélgica, fundaram a colônia Holambra I, na antiga Fazenda Ribeirão. A chegada de mais grupos holandeses tornou-se constante, somando-se à comunidade local, de brasileiros, até que em 27 de outubro de 1991, 98% dos moradores decidiram democraticamente que o território deixaria de ser colônia e se tornaria um município: Holambra.
Com o passar dos anos, para além dos imigrantes e dos locais, passaram a adotar a cidade brasileiros vindos de outros Estados também, como o eletricista e alagoano José Cícero Lima, que está há pouco mais de uma década na cidade. “Primeira coisa que me chamou atenção, [foi o] Moinho Povos Unidos”, relembra. Como muitos que desembarcam e chegam à Cidade das Flores, José veio a trabalho em cenário semelhante ao de Marco Antônio Nonato, que é natural do nordeste de Minas Gerais. “Fui convidado por dois irmãos holandeses pra trabalhar com ovelhas, atividade pouco comum aqui nesta cidade, mas com grande expansão a nível nacional naquela época”, conta o mineiro, que é administrador de empresas, técnico agrícola, pedreiro, pintor, encanador, mas acima de tudo, se caracteriza como um sonhador.
Os sonhos e a calmaria da cidade é o que atraiu Marco e o fez ter certeza que Holambra era a cidade que escolhera viver. “Desde que cheguei nesta cidade o que mais me chamou a atenção foi o misto de culturas, pessoas assim como eu sonhadoras e que conseguiram aqui em Holambra as oportunidades pra diminuir a distância entre o sonho e a realidade”, compartilha ao lembrar que apesar da e evolução, das construções, a cidade ainda é ‘campesina’.
Foi esse mesmo quadro que fez a jornalista e empresária Beatriz Regina Nedel Chassot apaixonar-se por Holambra há 23 anos. Vinda do Rio Grande do Sul devido ao trabalho, a moradora lembra que no início encontrou dificuldades até para encontrar imóveis de locação, já que não haviam opções de imobiliárias e nem de casas disponíveis. Morou na Rua Primavera e rapidamente fez amizade, como ela mesmo conta. “O pessoal é muito aberto, muito receptivo. A primeira coisa que chamou a atenção foi a beleza da cidade, organização. Ainda não era estância turística, mas quem chegava já se encantava com as ciclovias, com as casas sem muro e com as flores abundantes”, disse.
A diversidade cultural, como a realização de eventos para todos os tipos e gostos, e a expansão da área comercial também são ressaltados pela jornalista. “Holambra é agitada, a Prefeitura investe bastante nisso. O comércio está crescendo, sendo autossuficiente. Quando cheguei só tinham dois supermercados e hoje tem várias opções. Lembro que tinha que ir pra Campinas para encontrar as coisas. Hoje, não mais”, conclui.
De acordo com dados de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Holambra conta com pouco mais de 15 mil habitantes, que são alagoanos como o José Cícero, mineiros iguais ao Marco, de gaúchos como Beatriz e de muitos outros Estados, cidades, países, além dos nascidos na região.
Outros Estados em Holambra:
Rebeca Bondioli, 24 anos, recepcionista veio do Rio de Janeiro
“Conheci Holambra aos 8 anos e aos 15 anos mudei com minha família em definitivo para cá. Vim de uma cidade movimentada e o que mais me encantou foi a calmaria de Holambra”.
Eleonildo Alexandre de Freitas, 55 anos, Pastor da Igreja Evangelho Pleno, veio de Minas Gerais
“Faz 20 anos que estou em Holambra. Já havia me mudado para a região quando fui encaminhado para ajudar na abertura da igreja na cidade. Minha intenção era ir para uma cidade grande, mas foi aqui, que constituí família e acredito que esse foi um propósito de Deus para
a minha vida e hoje sou agradecido e não troco Holambra por nada”.
João Silva de Amorim, 59 anos, comerciante, veio do Paraná
“Cheguei em Holambra em 1995 a convite de uns amigos que me disseram que a cidade era boa e com boas possibilidades de arrumar emprego. Passados 27 anos, me dei muito bem a até já fiz alguns investimentos na cidade”.