Holambra mantém viva a confecção dos tapetes de Corpus Christi

Na manhã de Corpus Christi, as ruas em frente à Igreja Matriz de Holambra se transformam em um verdadeiro tapete colorido de fé e arte. A tradição, que há décadas mobiliza voluntários e fiéis da comunidade, voltou a encantar moradores e turistas neste ano com a confecção dos tradicionais tapetes religiosos, feitos com sal colorido, serragem, flores e outros materiais doados.

A montagem começou ainda de madrugada. Às 5h da manhã, equipes de voluntários já estavam reunidas para dar início ao trabalho coletivo que, por volta das 11h, estava pronto para receber a missa campal das 15h, realizada no Palco das Rosas, ao lado da igreja. “A gente começa cedo, mas é tudo muito organizado. Cada desenho tem seu lugar, alternado por espaços neutros. Esse ano, os espaços neutros têm 3 metros, e os desenhos são fixados sobre TNT branco para não saírem do lugar”, explica Margarida Hulshof, voluntária que há mais de 10 anos participa da iniciativa.

Margarida é também a responsável pela preparação do sal colorido, uma das matérias-primas principais do tapete. O processo é feito semanas antes, no quintal de sua casa, com muito cuidado e dedicação. “Esse ano, foram cerca de 250 quilos de sal pintado. Pinto aos poucos, nos meus tempos livres. Ontem mesmo fui até 11 da noite. Eu adoro pintar, porque são cores lindas, vivas, que fazem bem até para os olhos”, conta.

Além do sal, o tapete é feito com serragem, flores e outros materiais, a maioria fruto de doações da comunidade. Grupos de apoio colaboram com a produção da serragem pintada, e quando algo falta, a igreja entra com o complemento. “É um trabalho coletivo, de fé e de amor. Participam os catequizandos, os fiéis, turistas, e até pessoas que não são católicas ou religiosas. Todos são bem-vindos. Quem tem vontade de ajudar, ajuda”, afirma Margarida.

Ao todo, são cerca de 80 desenhos diferentes, com medidas aproximadas de 1,80m por 1,40m cada, cuidadosamente preparados para ilustrar passagens bíblicas e símbolos cristãos. Após a missa e a passagem da procissão de Corpus Christi sobre o tapete, o material é retirado e descartado, mas a memória da beleza e do esforço coletivo permanece na comunidade.