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Há 20 anos na Expoflora, Doe Vida conscientiza sobre doação de órgãos

No recinto da Expoflora, um quiosque de madeira localizado logo após a Alameda Maurício de Nassau chama a atenção e se diferencia dos demais. Neste espaço, a ONG Doe Vida comercializa alguns produtos como os famosos cataventos em formato de flor, além de canetas, canecas e camisetas com a marca da entidade, e também é lá que qualquer pessoa interessada em conhecer mais sobre a doação de órgãos pode encontrar informações.


Fundada em agosto de 2003, a Doe Vida foi criada a partir da história de vida de três jovens irmãs que precisavam de um transplante de rim – Eva Marques, Ana Maria e Ana Paula. Com ajuda da família, elas resolveram transformar a dor e a luta que tinham de travar na espera de um doador numa entidade que pudesse colocar o tema em pauta, informando e incentivando a doação.



Dois anos depois, as três conseguiram realizar o transplante, todos bem-sucedidos, mas a dedicação à causa continuou, assim como a ONG. A Doe Vida está na Expoflora desde a Fundação, como explica Eva Marques, que conversou com o Jornal da Cidade no último sábado, enquanto atendia o público no estande. Em 2007 o cantor Fábio Júnior fez o show de encerramento da Festa de um dos dias de festa, e doou seu cachê para a entidade, valor que serviu para a manutenção do espaço em várias edições seguintes. Depois disso, segundo Eva, a direção da Expoflora decidiu manter o estande, entendendo a importância do trabalho desenvolvido pela ONG.

Eva explica que atualmente todo o valor arrecadado nos dias de festa é revertido para pacientes carentes em tratamento de hemodiálise. Além disso, é muito comum as pessoas se dirigirem ao estande e pedirem orientações sobre a doação de órgãos, pois o tema, apesar das campanhas, como o Setembro Verde, ainda gera muitas dúvidas. Eva orienta as pessoas interessadas a também consultarem as redes sociais e o site da ONG, que traz muitas informações sobre o assunto.

Uma das dúvidas recorrentes é sobre o que é necessário fazer para se tornar doador. Desde 2019, a legislação determina que a decisão cabe única e exclusivamente à família, após o óbito. Assim, torna-se necessário muito esclarecimento, muita conversa sobre o tema, pois a decisão peoa doação após a morte do familiar precisa ser muito rápida. “O órgão mais sensível é o coração, para a doação é necessário que a decisão seja tomada nas primeiras horas. Para o rim, o prazo para o transplante é de 12 horas, também muito rápido”, detalha.

Nova etapa

Eva conta com uma ajudante especial no estande da Doe Vida. Sua filha, Maria Clara, de 9 anos, é esperta e rápida no atendimento, e está sempre ao seu lado. Depois de 18 anos do transplante e 20 anos de dedicação na divulgação e conscientização sobre o tema, Eva enfrenta agora uma nova etapa de luta. Por problemas que surgiram com o tempo, ela teve de voltar para fila para guardar um novo rim. Desde 2017, ela espera pelo órgão e por aquele momento que ela já conhece: o de receber a notícia salvadora de que é a sua vez. Além dela, mais 66.249 pessoas aguardam por um transplante no Brasil.

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