Simples e sofisticado, por Beatriz Chassot,
No Brasil, este território gigante, de belezas ímpares, considerado o país com a maior diversidade de biomas do mundo, mas que infelizmente anda com muita dificuldade para acertar o compasso, comemora se neste final de semana prolongado, mais um carnaval: a grande festa pagã, que leva milhões de pessoas para as ruas, num ritmo frenético e dançante, amparado em muita música e fantasias coloridas.
Os brasileiros que se atiram na festa tradicional, como se não houvesse amanhã, esquecem nestes dias de festa, a dura realidade de um país, onde pipocam casos diários e sinistros de corrupção, com a vida humana em risco, em nome de gambiarras políticas em formato de propina, e uma a taxa de desemprego segue crescendo, num contraponto a cadência do samba e a alegria do frevo, que pontuam o carnaval.
Independentemente da situação econômica e da conjuntura atual vigente, o carnaval está aí e o brasileiro com sua resiliência inata, pode optar entre cair na folia, ou ficar por casa e aproveitar o período para um pequeno descanso das pressões do dia a dia.
Para ambas as opções a coluna sugere uma receita leve e saborosa de um quibe um pouco diferente, pois usa menos o farelo de trigo e introduz neste prato de origem árabe, dois itens icônicos das Américas: a moranga e a quinoa.
Tive o privilégio de provar esta iguaria na casa de uma mineira de Coqueiral, a viajante intrépida, conhecida de muitos aqui pela cidade, minha querida amiga Isabela Miranda, que além de perfumar e hidratar os cidadãos de Holambra e atualmente de todo Brasil, com seus produtos naturais e ecologicamente corretos (BAOBÁ), ainda veio dotada com o dom da culinária e prepara receitas saudáveis com muito sabor, criatividade e generosidade, pois divide esta delícia com todos os leitores da coluna!
INGREDIENTES:
1/2 Abóbora kabotia
1 Cebola média
3 Dentes de alho picados
1 Xícara de quinoa
½ Xícara de trigo para quibe
½ Xícara de suco de limão
1 Xícara de folhas de hortelã
Azeite
Sementes de gergelim e chia, para decorar e saborizar
Sal e pimenta do reino moída na hora a gosto
PREPARO:
Deixe o trigo de molho em água filtrada e morna, por no mínimo duas horas, escorra e reserve!
Descasque a abóbora, dê uma leve temperada, com sal e pimenta, unte e regue uma assadeira com azeite e leve para assar, até os pedaços ficarem bem dourados (entre 30 a 40 minutos).
Retire do forno e amasse bem a abóbora, fazendo um purê. Reserve!
Numa panela, coloque um pouco de azeite e refogue a cebola até dourar, acrescente então o alho, dê uma boa misturada, tempere, acrescente o purê de abóbora e deixe mais um pouco no fogo, para apurar o sabor.
Bata no liquidificador: as folhas de hortelã e o suco de limão, formando um caldo verde. Reserve!
Também numa panela cozinhe a quinoa: para cada xícara de grãos, coloque 3 xícaras de água. Leve ao fogo e assim que levantar fervura, abaixe a chama e mantenha cozinhando por 15 minutos. Desligue e mantenha na panela por mais 5 minutos. Escorra e está pronto para o uso.
MONTAGEM:
Misture todos os ingredientes com as mãos, agregando tudo muito bem.
Unte uma assadeira com azeite, acomode o quibe de abóbora, salpique com as sementes de gergelim e de chia e leve ao forno médio, para assar (algo em torno de 20 a 30 minutos) e dar um acabamento ao prato, pois os ingredientes já estão previamente cozidos.
Se delicie de maneira leve, saudável e com muita energia neste carnaval, bom apetite!
RENDIEMENTO: 6 Porções!
ACOMPANHEMANTO: Saladas, pão com manteiga e frios...
DICA: É a quinoa que dá a leveza para o quibe, se fosse só o trigo, ele ficaria mais pesado. O trigo entra para dar a liga.
Quando preparo a quinoa, costumo deixa de molho por 20 minutos, para dar uma hidratada e uma limpada, pois escorro está água do molho antes de cozinhar.
Outra dica importante: para saber se ela está bem cozida, os grãos brancos devem estar transparentes.
NOTA: A quinoa que entra no conceito dos chamados “superalimentos” e cujo cultivo era um ato sagrado para os Incas, que habitaram territórios da América do Sul, até serem extintos após a colonização espanhola, é considerada uma fonte completa de proteínas, pois fornece todos os aminoácidos essenciais.
Os incas também usavam este pseudo cereal, para a cura de resfriados, parasitas intestinais e até picadas de inseto.
A volta do consumo deste grão milagroso pela sociedade atual, soa como um resgate desta forma mais natural de se viver, baseada na riquíssima e sábia cultura das civilizações que habitaram o planeta há séculos, “ simples e sofisticado”!