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No dia da agricultura especialista de Holambra fala dos desafios dessa área no Brasil

Ronan Machado é Agrônomo, e Diretor Pedagógico do curso de agronomia da Faagroh


Nesta quinta-feira (17), é comemorado o Dia da agricultura. Desde a fundação do Ministério da Agricultura, em 1960, muitas mudanças aconteceram até hoje, quando o tema principal de debate é preservação do meio ambiente em contraste com o crescimento populacional e a necessidade de produzir mais. O jornal da cidade entrevistou o agrônomo Ronan Machado, que está por dentro das mudanças políticas na área e atua como Diretor Pedagógico do curso de agronomia da Faagroh. Confira:


1. O que mudou no Brasil desde a fundação do Ministério da Agricultura até hoje?

As mudanças se deram desde da gestão das políticas públicas de estímulo à agropecuária, o próprio fomento do agronegócio e também a regulação e normatização de serviços vinculados ao setor. O Brasil se tornou um dos maiores produtores mundiais de alimentos, resultado das ações conjuntas da iniciativa privada, do setor público, universidades e instituições de pesquisa. A agropecuária brasileira é hoje uma das mais eficientes e sustentáveis do planeta.


2. Sabemos que a agricultura é uma das bases da economia brasileira. Entretanto vemos também o crescimento da monocultura em detrimento da variedade que somos capazes de produzir. Você pode explicar porque isso acontece?

A agricultura empresarial, através dos pacotes tecnológicos (manejo, insumos e novos cultivares), em alguns momentos acabam priorizando a monocultura, mas a diversidade das espécies que o Brasil tem potencial para produzir são utilizadas conforme a aptidão de cada região, onde se utiliza as tecnologias adaptadas ao meio, com o intuito da minimizar os possíveis prejuízos ao meio ambiente que possa vir apresentar.


3. Segundo levantamento Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) o setor de produção de flores e plantas ornamentais planeja crescer entre 7% e 8% neste ano, em relação ao ano passado. O que os agricultores no segmento de flores fizeram de diferente para que isso acontecesse?

Eles investiram em novas tecnologias, como variedades mais produtivas e precoces, sistemas de cultivo protegido mais adaptados a cultura, substratos onde o fertilizantes e irrigação são otimizados e entre outras tecnologias. Com isso o custo de produção foi reduzido e a oferta de um produto de melhor qualidade atrair ainda mais os compradores, gerando interesse e necessidade de consumo.


4. Ainda falando de flores, temos alguns estudos assustadores sobre a morte de abelhas em todo o país e a sua relação com a liberação de defensivos agrícolas desde o início do ano. Na sua opinião, que papel o agricultor deve exercer com relação à demanda de produção versus a preservação do meio ambiente? Essas novas mudanças propostas para a classificação de defensivos são positivas ou negativas para você?

O produtor tem que ter em mente que a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos e insumos, irão contribuir para a conservação dos recursos naturais e dos ecossistemas. Nos dias de hoje, inúmeras são as opções em tecnologias e insumos que possuem um baixo impacto ao meio ambiente, sem acrescentar em um maior custo na produção. A mudança da classificação proposta pela ANVISA aumenta os níveis de classificação, passando de 4 para 6 e padroniza o marco regulatório nacional com o que já vem sendo adotado no mundo, alem de deixar mais clara as informações presente no rótulo dos produtos. A classificação do Brasil era da década de 90 e desde então o setor evoluiu cientificamente para atender as demandas do campo. Mudanças são necessárias para não prejudicar o desenvolvimento e aumentar a segurança da população sobre os alimentos.


5. Alimentos transgênicos, aumento da população, aumento da resistência de pragas e doenças e maior uso de defensivos que podem fazer mal a saúde: mediante à situação atual do Brasil com relação à agricultura, o que você pode prever sobre o futuro desse segmento?

O maior desafio do Agronegócio é produzir mais sem degradar o meio ambiente, ou seja uma agricultura sustentável. Isso é possível com a adoção do uso racional de defensivos, investimento em tecnologia e a qualificação do produtor rural. Creio que muito serão os desafios, mas todos poderão ser superados com sucesso, se tivermos o apoio de todos os setores envolvidos sem extremismos e radicalismos. O Agronegócio brasileiro é o orgulho nacional, além da importância direta na economia, movimenta em média 38% dos empregos do país.

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