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O Brasil de Brasília



A imprensa, tão dedicada, com jornalistas e articulistas que escarafuncham todos os intestinos do governo e de seus membros, mas nada alardeiam em campanhas que poderiam ser educativas, se omite em esclarecer a opinião pública menos favorecida sobre a “farra” com que deputados e senadores são brindados enquanto 13 milhões de brasileiros se encontram desempregados.

São salários de R$ 33.763, verba de gabinete (R$101,9 mil) para contratar até 25 funcionários, auxílio moradia (R$ 4.253), dois salários no primeiro e no último mês da legislatura como ajuda de custo, ressarcimento de gastos com médicos, diárias, alimentação, planos de saúde e aposentadorias, viagens domésticas e internacionais com acompanhantes, um rosário de muito mais.

Se considerarmos que vossas excelências permanecem em Brasília apenas de terça a quintas feiras para bater o ponto, seu comprometimento com o reerguimento do país é um tapa na cara do cidadão desempregado. Irresponsabilidade política absoluta regada com dinheiro público gerado pela massa ainda empregada que paga impostos, impostos por legisladores de naipe conhecido. Um escárnio!

Enquanto isso, a evolução para encaminhamento da Reforma da Previdência – calcanhar de Aquiles para decolagem da economia - segue em câmara lenta como se o país dispusesse de todo o tempo do mundo para equacionar sua pauta econômica e não existisse no horizonte mais um indefensável recesso parlamentar à vista. São mais 30 dias em julho que se somam aos 40 usufruídos no fim/início do ano. É o Brasil de Brasília!

E o Brasil real? Certamente não comunga com os fatos acima, eis que os desconhece de fato. Mas como dizia uma velha raposa da política mineira do século passado: “o importante não são os fatos, mas sim a sua versão”. Como estamos a viver, intensamente, versões que tentam se tornar fatos, os fatos acima, de fato, deveriam ser objeto de divulgação ampla pela imprensa para que a sociedade possa, a seu turno, constatar o quanto de fumaça é lançado desde Brasília nublando a realidade.

Mas que imprensa? A de Glenn Greenwald (Intercept) ou Folha de S. Paulo? Pergunta valendo R$ 3,837 milhões ou, se preferir, US$ 1 milhão.

Por enquanto, desconsolo sentido neste país que continua a assistir ao crescimento do atoleiro em que se encontra por graça e obra de um governo que parece estar atirando para todos os lados e de um congresso que não ilude a mais ninguém.

Nota: Intencionalmente, omiti nosso Judiciário e suas mordomias obscuras dignas de um sultanato...

É o que temos para hoje.

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