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Por que não te calas?”

Coluna Ponderando


O mundo sempre admirou homens e mulheres agraciados com o dom da palavra. Líderes, escritores, pensadores, filósofos vários, nos brindaram com pensamentos e crenças, marcando épocas e comportamentos. De Demóstenes e Cícero na antiguidade, passando por Ruy Barbosa, Martin Luther King, Winston Churchill, Nelson Mandela a, até mais recentemente, Barack Obama, no mundo ocidental. A relação é, por certo, incompleta tantos são os que estiveram e ainda estão entre nós contribuindo para o enriquecimento de culturas.

Não é menos verdade que existem políticos-oradores, verborrágicos em sua maioria, líderes arbitrários à frente de seus governos, manipulando massas populacionais na tentativa de se perpetuarem no poder. Em eventos que reúnem governantes de vários Estados não é incomum assistir-se a excessos verbais – principalmente da parte de regimes autoritários – que resultam em verdadeiras “saias justas”.

Caso emblemático ocorreu durante a XVII Conferência Ibero-Americana realizada na cidade de Santiago do Chile, no final de 2007. Devido às constantes interrupções do então presidente da Venezuela, Hugo Chaves, por razões de natureza política, o rei da Espanha à época (1975-2014), Juan Carlos, perdendo a paciência clamou, em alto e bom tom, virando-se para o venezuelano: “Por que não te calas?”

A frase do rei causou êxtase, correu mundo - sem qualquer discordância de seu desabafo - tonando-se uma “máxima” em momentos de situações acaloradas e delicadas.

Decoro é o mínimo que se pode esperar de qualquer cidadão. Chefes de Estado e de governo – em qualquer situação - por mais embaraçosa que seja, deveriam manter a compostura, o decoro. Mas não é o que se observa e se tem notícia sobre o comportamento de distintos ocupantes de cadeiras presidenciais. Muitos, inclusive, imaginam-se estar sentados em um trono...

Vivemos, todos, sendo avaliados por imagens projetadas: países, governos, mandatários, pessoas comuns. Imagens são facilitadoras - ou complicadoras - de objetivos a serem alcançados. No caso de governantes, aqui e... alhures, as ditas estão arranhadas pela incontinência verbal. A grande diferença reside no cacife de cada um, “right”?

O destempero de nosso presidente – a se manter no ritmo frenético com que vem ocorrendo – certamente contribuirá para a publicação de um livro com dois volumes ao final de seu mandato. O Brasil não merece!

Que falta nos faz o rei de Espanha!



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