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Por trás das serpentinas

Como o Carnaval de Holambra rendeu oportunidade de trabalho para moradores da cidade e região


Após dois dias do término do Carnaval muitos são aqueles que relembram com carinho dos momentos que passaram na festa. Entretanto, as marcas que esse eventou deixou foram mais do que boas lembranças. Tão especial para os moradores de Holambra, o Carnaflores gerou renda e oportunidades de trabalho para moradores da cidade e região que enxergam na multidão a oportunidade para realizarem os sonhos. Conheça duas histórias de pessoas que, por trás das serpentinas, tiveram as vidas transformadas neste Carnaval.


Senhor Carlos, o Pipoqueiro


O senhor levanta-se cedo querendo dar um salto da cama. A idade porém não lhe permite. Será um grande dia. Vai até a cozinha, abre o armário e confere o estoque. "Acho que vai ser suficiente pra hoje", pensa, enquanto se dirige à geladeira para apanhar a groselha. Conta mais uma vez o estoque de pipoca que não pode faltar, já que é um dos petiscos preferidos da multidão. É Carnaval, um dia feliz para os moradores de Holambra, mas um dia mais feliz ainda para o senhor Carlos Alberto Cepulvida, o pipoqueiro.

Perto das onze da manhã, Carlos prepara o carrinho, dando os toques finais na limpeza, nas rodas e nos mantimentos. Depois de almoçar caminha lentamente em direção ao centro de Holambra carregando o carrinho desde o bairro Imigrantes. Acha um ponto estratégico e se estabelece. Começa a trabalhar. As primeiras famílias vem ao encontro dele para se deliciarem com a tradicional pipoca.

"Moro há quinze anos em Holambra é sempre assim, todo ano", afirma sobre a tradição de vender pipoca no Carnaval. O idoso, que faz o trabalho com um largo sorriso tem uma relação de amor com a cidade, que foi o refúgio depois de uma vida cheia de aventuras e descobertas. "Eu trabalhava como trapezista em um circo", segreda. "Por isso já conheci muitas e muitas cidades do Brasil. Entretanto entre muitos outros lugares escolhi esta cidade para morar, pois não há lugar mais bonito e aconchegante do que Holambra", revela.

Cepulvida explica como o Carnaval contribui para sua estadia na cidade. "Sou aposentado por idade e ganho muito pouco, então vender minha pipoca é uma renda complementar para que eu consiga me sustentar e assim ter o mínimo de conforto que, na minha idade, é necessário", justifica.

Foi um feliz Canaval para Carlos, o Pipoqueiro. Ele vendeu quase tudo o que tinha no estoque. "Muitas pessoas passam por aqui neste dia e não deixam de aproveitar as delícias que oferecemos", comenta. Por trás das serpentinas, o idoso mais uma vez consegue o que precisa para ter qualidade de vida na cidade que, segundo ele, é mais bonita do Brasil.



Danyelle Rebelo, projeto Trufinha


A jovem de cabelos encaracolados também acorda cedo no Carnaval. Dá uma rápida olhada no espelho, contemplando suas belas sardas e arrumando o cabelo para mais um dia de trabalho duro. Liga para seu noivo, que a espera na porta, e juntos vão buscar as trufas que naquele dia renderão recursos para conquistarem seus sonhos.

A carioca da gema, Danyelle Rebelo, sai de casa treinando seu sorriso que alegrará a vida de muitas pessoas. Pega duas sacolas de trufas e se dirige até o terminal de ônibus que a levará a Artur Nogueira e depois a Holambra. Acompanhada por seu parceiro, faz as primeiras vendas no berço da amizade e as dez da manhã pega outro ônibus com destino a Holambra, cidade das Flores. Dentro do transporte público usa o carisma para fechar alguns negócios. Ela tem um sonho e precisa trabalhar duro para conquistá-lo.

"Quero ser uma psicóloga"afirma, enquanto se deslumbra ao passar pelo moinho da cidade. Danyelle Rebelo veio da Capital do Rio de Janeiro para, entre outras coisas, seguir a carreira que tanto sonhou. "Também devo me casar nesse primeiro semestre", conta. Ela e seu futuro marido que a acompanha serão moradores do bairro universitário em Engenheiro Coelho e decidiram aproveitar o Carnaval de Holambra para trabalhar em prol do futuro.

"Bom dia senhor (a), posso alegrar o seu feriado deixando - o um pouco mais doce?", fala as famílias que encontra. Danyelle se perde do namorado no meio da multidão que espera pelo desfile cívico. A jovem não perde um minuto e explica sobre seu projeto a quem vê pela frente.

Além disso, aproveita para desfrutar do clima alegre e da bela decoração que encontra nas ruas da cidade. "Este Carnaval foi diferente de qualquer coisa que eu já vi", comenta, enquanto contempla os carros decorados. "Tem idosos, crianças, famílias inteiras curtindo a festa, tudo na perfeita paz", exclama.

O evento também foi bom para o casal que quase esvaziou as duas sacolas de trufas. A cada dia estão mais perto de alcançarem seu objetivo e são gratos pela população que, receptiva, contribui de bom grado com os pré universitários e pré casal. "Essa cidade (Holambra) é excepcional. Parece que estou na Europa", relata, quanto pega o ônibus de volta a Engenheiro Coelho. Antes de subir no coletivo, aproveita para tirar uma foto no moinho, como recordação de um dos dias mais bonitos da sua vida. "Se der tudo certo pretendo voltar aqui só pra visitar, aproveitar a companhia dessa população tão acolhedora", afirma. A jovem se despede e retorna para casa feliz, depois de dar mais um passo para o sucesso.


Sobre o Carnaflores

Mais de seis mil foliões passaram pela Rua da Amizade (Rua Coberta) entre os dias 1º e 4 de março para curtir a 7ª edição do Carnaflores, o carnaval de Holambra. Foram 4 bailes populares e duas matinês repletos de música e alegria. Todas as noites contaram com shows ao vivo dos cantores Ana Guimarães, Marcos Dias e banda, que colocaram todo mundo para dançar com muito axé, marchinha e os principais sucessos da atualidade. Na sexta-feira e no domingo a dupla sertaneja Bruno e Gustavo reforçou o palco com o melhor da música sertaneja universitária. No fim de semana, no período da tarde, a criançada também pôde curtir com muito confete e algodão-doce distribuído gratuitamente. “O Carnaflores é uma das principais e mais concorridas atrações de carnaval da nossa região. É uma festa familiar que une diversão e tradição para todas as idades”, destaca o prefeito Fernando Fiori de Godoy. “A comunidade participa ativamente e recebemos muita gente de outros municípios. A festa foi, mais uma vez, um grande sucesso”.


Desfile de Rua Na tarde de terça-feira (5) o tradicional desfile dos carros alegóricos organizado pelo Grupo dos Onze (Raad van Elf) com apoio do Clube Fazenda Ribeirão, da Prefeitura e de comerciantes e empresários locais, levou à Alameda Maurício de Nassau cerca de 10 mil pessoas.A principal novidade da Parada das Flores deste ano foi a participação de uma escola de samba. Cerca de 12 mil hastes e 20 mil vasos de flores doados por cooperativas de Holambra decoraram seis carros alegóricos. O prefeito da cidade Dr. Fernando, a primeira-dama Diva de Souza Godoy e o vice-prefeito, Fernando Capato, fizeram questão de manter a tradição e participaram do desfile, marcado por muita brincadeira e descontração. Os blocos vencedores, dentre os 17 inscritos , receberam troféu e premiação em dinheiro.


Confira a classificação do Desfile:

Blocos Pequenos 1º lugar - Vem pra Vôlei, você também, sem mimimi 2º lugar - Paz Paz, o mundo pede paz 3º lugar - Viva, a vida é uma festa!

Blocos Médios 1º lugar - Qual o Brasil que queremos 2º lugar - Nadando sem mimimi 3º lugar - Tomara que caia

Blocos Grandes 1º lugar - Povos unidos, #semmimimi 2º lugar - Todas as cores das flores 3º lugar - UP! Altas aventuras


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