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Holambra, emancipada para vencer desafios

Na maioria dos municípios brasileiros um grande desafio das Administrações Municipais está no inchaço da máquina pública. Quanto mais recursos ela consome para se manter menor é a margem financeira restante para os necessários investimentos que correspondam às crescentes demandas das sociedades locais.


Por esse motivo é que a importante Lei de Responsabilidade Fiscal prevê limites proporcionais para alocação de recursos com funcionalismo, principal engrenagem da máquina.


Será que isso acontece exclusivamente por conta de má fé ou má gestão pública do passado? Não necessariamente.


Ocorre que a evolução das ciências em torno da gestão mostrou que o antigo padrão que considerava grandes quadros de recursos humanos como inerente ou natural ao gerenciamento de demandas tão variadas não se sustentava mais. Mas, até essa mudança de padrão, as Administrações Públicas, em geral, já estavam engessadas no modelo.

Contudo, a emancipação político administrativa de Holambra, no início da década de 1990, chegou quando o inchaço começava a ser questionado e evoluía para se consolidar como prejudicial. Aí se formou um modelo público de gestão mais enxuto e racional na Cidade das Flores, diferente da maioria.


É, ao mesmo tempo, um potencial para as gestões municipais entregarem mais investimentos; e um canal para a população seguir cobrando mais que a média regional nos resultados.


Por falar em população, além de intensificar cobranças, é nela que se respalda um vetor de desenvolvimento, plantado por espírito e exemplos dos imigrantes pioneiros (precursores do valor maior do cooperativismo) e muito bem representada por Conselhos realmente diferenciados.


Dois exemplos são capazes de mostrar que os holambrenses sabem diferenciar o mero crescimento econômico (pontual) da conquista maior do desenvolvimento econômico, que se refere ao sustento do crescimento: uma discussão que acompanhei do Plano Diretor, em que, deixando de lado questões de interesses próprios, focou na necessidade de integração do Bairro Imigrante à Cidade; e os sucessivos bons resultados no Programa Município Verde Azul, que corroboram minha percepção de que a consciência ambiental holambrense está acima da média nacional.


Tudo isso contribui para a dinâmica econômica municipal realmente invejável, que consegue inclusive buscar sinergias entre setores que poucas economias atingiram.

Claro que não está tudo resolvido. O próprio brilho, conquistado ao longo dos 31 anos, atrai desafios que demandarão conhecimento, discussão, valorização dos potenciais locais e, acima de tudo, apreço democrático.


Podemos exemplificar com a especulação imobiliária, que bate à porta atraída pelo caso de sucesso nacional que é o município, e que, se não for bem administrado, pode ameaçar muitas conquistas que impactam em meio-ambiente, gestão territorial, estética urbanística, segurança pública e no conceito fundamental de que a cidade é de todos e todas.

Felizmente, uma base sólida de Conselhos está bem constituída para ajudar nos desafios. Precisa ser aproveitada.

Ricardo Buso , Economista e idealizador do Projeto Economia Metropolitana


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