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Holambra na história: o que faz essa cidade tão diferente das demais?

Especialistas explicam a diferença entre uma estância turística e um município

Outubro costuma ser especial para os moradores da Cidade das Flores, pois, há exatos 29 anos a colônia se tornava independente ganhando autonomia como município com aprovação de 98% da população, em 27 de outubro de 1991. Sete anos depois de conquistar a sua independência, a cidade galgava mais uma vitória: a Assembléia Legislativa de São Paulo concedeu à Holambra o título de Estância Turística. O pequeno grupo de holandeses, devastados pela 2ª guerra mundial que mantiveram suas esperanças no trabalho e na nova terra, tornou este lugar uma referência na produção de flores e em tantos outros aspectos da agricultura e pecuária. Mas o que faz dessa cidade tão diferente e especial? O JC conversou com alguns moradores para saber das mudanças que eles perceberam ao longo do tempo.

“Eu tinha 11 anos quando a colônia se emancipou”, conta Rita Gonçalves, nascida e criada em Holambra. “Muitas coisas mudaram. Lembro que apenas duas ruas tinham asfalto: a Rota dos Imigrantes e a Maurício de Nassau” complementa. Rita se emociona ao falar da história da cidade,e explica com clareza como se deu a expansão e a criação dos primeiros bairros: “O primeiro bairro construído com casas populares foi o Flamboyant. A prefeitura entregava os terrenos e as famílias realizavam as construções das casas conforme uma planta padrão”. A educação não ficou de fora quando a cidade foi pensada: “No começo, só haviam duas escolas, a que fica no prédio do Ibrantina Cardona e a escola Jardim das Primaveras. Entretanto, quando o novo bairro foi formado, novos prédios para o ensino foram construídos”, salienta.

Rita passou a vida na cidade das flores, constituiu família e cria seus filhos aqui. Conhece a cidade tão bem que trabalha no museu, repassando a linda história do município para os turistas e visitantes, que tomam Holambra como exemplo de trabalho e desenvolvimento. Por muito tempo a cidade ficou em sétimo lugar no índice de qualidade de vida do Brasil, e também o melhor índice de segurança do país. Com mão-de-obra qualificada no setor agrícola, o município é o maior centro de produção de flores e plantas ornamentais da América Latina, além de sediar anualmente a maior exposição de flores entre os países latino-americanos: a Expoflora.



E é no turismo que Holambra continua fazendo a sua história: “a emancipação política foi de suma importância quando o assunto é turismo. A Expoflora foi a precursora do movimento, trazendo, em um só final de semana, cerca de 10 mil pessoas em sua primeira edição. Junto com ela, o surgimento de restaurantes e outros eventos deram corpo à nova atividade na, então, Fazenda Ribeirão”, conta Ivonne de Wit - bacharel em turismo e empresária do setor, que também reside da cidade das flores.

Confira o plebiscito:



“Com as eleições, Holambra virou município e isso possibilitou que a cidade adquirisse o título de Estância Turística, em 1998. Além do reconhecimento de sua vocação, passamos a receber um recurso extra, vindo do Governo do Estado, através de seu Departamento de Apoio ao Desenvolvimento de Estâncias - o DADE. Foi isso que possibilitou a construção de nosso querido moinho, bem como o asfaltamento de diversas vias públicas, como a que dá acesso ao novo empreendimento hoteleiro sendo construído no bairro Angico”, explica.

De acordo com relatório emitido pelo Governo do Estado de São Paulo em setembro deste ano, mesmo com a pandemia, os repasses de recursos para as obras e infraestrutura turística nas estâncias e municípios de interesse turístico (MITs) chegaram ao maior valor dos últimos seis anos: R$ 129,9 milhões. Isso aponta um crescimento alto entre as 150 cidades atendidas pelo Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos (Dadetur), da Secretaria de Turismo do Estado. “Para Holambra, os valores repassados anualmente chegam a ultrapassar os 2 milhões de reais - o que é uma quantia considerável, comparando-a ao que o município arrecada internamente” aponta Ivonne.

Mapa das Cidades Turísticas no Estado de São Paulo


Para permanecer como cidade turística e continuar recebendo recursos, Holambra precisa cumprir várias exigências, além da aprovação do conselho municipal de turismo e no Conselho de Orientação e Controle do Fundo de Melhoria das Estâncias. A cidade precisa desenvolver projetos a cada ano, indicando como os recursos concedidos serão utilizados. O plano diretor também precisa ser revisado e aprovado pelos representantes da população.

(confira mais sobre a última aprovação do plano em Holambra acessando https://www.jcholambra.com/post/em-noite-de-casa-cheia-plano-diretor-é-aprovado-em-audiência-pública).

Algumas das características que a cidade precisa cumprir para se tornar e permanecer uma Estância Turística são: ter potencial turístico ( dispondo de um serviço médico emergencial, meios de hospedagem, serviços de alimentação e serviço de informação turística; dispor de infraestrutura básica capaz de atender às populações fixas e flutuantes no que se refere a abastecimento de água potável e coleta de resíduos sólidos, além de possuir expressivos atrativos turísticos, como os que Holambra já tem.


“Esperamos que o próximo prefeito eleito faça bom uso destes recursos e que consulte a população, bem como o Comtur (Conselho Municipal de Turismo), previamente, a fim de que todos possam dar a sua contribuição no projeto”, declara a bacharel em turismo Ivonne de Wit. “Essa parceria é fundamental para que, tanto moradores como empresários do setor, possam se beneficiar das melhorias propostas. Assim, o turismo pode crescer de maneira sustentável, sem gerar atrito com a população”, finaliza.

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