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Holambrense presencia os estragos da tragédia no Litoral Norte


O grupo de amigos que estavam em Maresias relatam: "O nível da água chegou à altura da cintura e nós ficamos ilhados",



As chuvas que atingiram municípios do litoral norte de São Paulo no último fim de semana são o maior acumulado de água que se tem registro no país, com 682 milímetros e um rastro de destruição ainda incalculável. São 48 mortes confirmadas até o final da tarde de ontem, mais de 1.700 desabrigados e um número ainda são sabido de desaparecidos, entre moradores locais, veranistas e turistas que foram passar o feriado de Carnaval nas praias da região.


Um grupo de amigos, incluindo a holambrense Ivonne de Wit, estavam na praia de Maresias e tiveram a sorte de passarem ilesos. "Na noite de sábado, dia 18, já estava chovendo quando fomos para a cama. Eu acordei diversas vezes porque não estava dormindo bem e, toda vez que despertava, ouvia uma chuva pesada e constante. Era muita água. Ela não parou até o dia seguinte", disse Ivonne. "Sem sinal de internet e telefone, ficamos alheios ao que estava acontecendo. Só descobrimos o tamanho da tragédia no dia seguinte, quando os vizinhos nos contaram. Ansiosos em avisar nossas famílias que estávamos bem, decidimos ir até a praia e tivemos que entrar na água para obter sinal. Mesmo assim, levou cerca de duas horas para que eu conseguisse conversar com a minha mãe", ela completa.


As chuvas e suas consequências impediam as pessoas de saírem dos locais onde estavam e isso não foi diferente com o grupo em Maresias. "O nível da água chegou à altura da cintura e nós ficamos ilhados", conta. Relatos de cobrança abusiva para compra de água, serviço de guincho para carros, entre outros, foram confirmados por Ivonne: "é incrível como existem pessoas que tiram proveito da desgraça alheia. Mas na falta de opção, as pessoas acabam pagando".


No retorno, terça feira, dia 21, o grupo levou cerca de três horas até chegar na rodovia Tamoios, a única opção disponível para subir a serra. "Nesse momento é que pudemos ver a real magnitude da situação. Não somos vítimas desta tragédia, apenas presenciamos os acontecimentos mais de perto, em segurança. Vítimas são as pessoas que perderam familiares e seus lares e que nesse momento precisam da ajuda de todos nós", conclui Ivonne.

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